BRINQUEDOS EDUCATIVOS AJUDAM NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS
Com a proximidade do Dia da Criança a dúvida surge na hora de presentear com o brinquedo mais correto para cada idade e a forma como a criança vai interagir. A psicóloga educacional e professora universitária, Marilise Brockstedt Lech, fala sobre o que é mais adequado e como oferecer algo construtivo que ajude na educação.Jornal Floresta - O quanto você percebe que os brinquedos educativos contribuem para o desenvolvimento e formação da criança?
Marilise - A formação de uma criança acontece na medida em que ela interage com o mundo. O mundo, para ela, é representado pelas pessoas que estão à sua volta e pelos objetos que estão ao seu alcance. Nesse sentido, os brinquedos de construção, manipulação e locomoção permitem que ela perceba o mundo e intervenha sobre ele, ao seu modo, fazendo uso da imaginação e da fantasia para, posteriormente, ser capaz de desenvolver a capacidade lógica, de abstração e de construção de hipóteses.
Jornal Floresta- Quais os benefícios mais específicos dentro da sua área de atuação, dos brinquedos educativos?
Marilise – Além de psicóloga educacional também sou educadora física. Os estudos de ambas as áreas reforçam os benefícios dos jogos educativos. Pelo aspecto psicológico, a utilização de brinquedos educativos justifica-se pela oportunidade de despertar a criatividade, de aprender a jogar o “jogo da vida” como uma metáfora do enfrentamento de desafios, da possibilidade de errar , recomeçar e acertar e, pelo simples prazer de ter iniciativa e vontade de fazer algo despretensiosamente, por puro deleite. Já, pelo aspecto motor, dependendo do tipo de jogo, pode levar ao desenvolvimento da motricidade ampla e fina, além de proporcionar o controle dos movimentos e o aperfeiçoamento da capacidade de expressão corporal. Como os aspectos psicológicos e motores são indissociáveis, o jogo educativo é a melhor maneira de educar uma criança de maneira integral, pois favorece o estabelecimento de uma corporeidade dinâmica e saudável.
Jornal Floresta - Você costuma comprar e/ou recomendar o brinquedo educativo?
Marilise – Já contribuí com o desenvolvimento de projetos de brinquedotecas, cada vez mais popularizadas nas escolas; fui grande “consumidora” de brinquedos educativos quando meus filhos eram pequenos e hoje, presenteio minhas sobrinhas e filhos de amigos basicamente com jogos educativos. Na verdade, ainda sou, eu própria uma desfrutadora desses jogos e brinquedos, afinal, brincar com crianças nos permite manter nossa própria capacidade lúdica, ingrediente básico da felicidade.
Jornal Floresta - Como é percebido o interesse da criança por brinquedos educativos, se comparado com outros tipos de brinquedos?
Marilise – A atual sociedade de consumo despeja uma quantidade e variedade sem fim de jogos eletrônicos e brinquedos industrializados que, através da mídia, leva a criança a considerar-se infeliz se não atender àqueles apelos. Isso não significa que esses brinquedos sejam ruins, mas, em grande parte das vezes, não permitem a livre fantasia da criança, a criação de um espaço de construção, de exploração e de raciocínio lógico. É função dos adultos conscientes equilibrarem essas duas possibilidades. Diferentemente dos brinquedos “modernos”, os jogos educativos são carregados de história. Vários tipos de brinquedos e brincadeiras que atravessaram diferentes gerações estavam se perdendo, pois, graças às afirmações de grandes estudiosos da área da educação e psicologia, a valorização e utilização desses jogos estão sendo resgatadas.
Jornal Floresta - Qual a importância do brincar na infância?
Marilise - É impossível imaginar uma criança sem brincar. As sequelas dessa carência iriam desde uma inaptidão para organizar o próprio pensamento, até a dificuldade de interação com o mundo. Assim, uma das grandes manifestações de amor e de comprometimento com a educação das crianças é dar a elas brinquedos educativos e a companhia de alguém para brincar com elas. Afinal, não se pode esquecer que o brincar é muito mais importante que o próprio brinquedo, os quais, na medida do possível, devem ser guardados ao alcance das crianças, nossos pequenos seres em formação.
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